A lírica trovadoresca: Cantiga de Amor.
Após os desdobramentos dos aspectos históricos e sociais do Travadorismo, partiremos para a análise da lírica trovadoresca.
Antes de iniciarmos as análises das catingas, temos que ter noção de dois aspectos:
01ª Hierarquização dos artistas medievais:
Trovador - "o poeta"
Segrel - " vende a poesia"
Jogral - " interpretação"
Menestrel - " o músico"
02º A Linguagem:
Segundo MOISES ( 1995 pg. 20) O idioma era o galego-português, em virtude da então unidade entre Portugal e a Galiza.
As cantigas:
A lírica trovadoresca, era composta pelas cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer.
Partiremos agora para análise da Cantiga de Amor.
Cantiga de Amor - o trovador sofre dolorosamente pelo amor que nunca será possível, devido ao fato que sua amada é da alta estirpe e ele é um fidalgo decaído. Temos que lembrar que daquela época, as pessoas não se casavam pelo amor e sim arranjados pelas famílias, muitos destes casamentos estavam arranjados desde quando o homem e a mulher eram crianças.
O eu-lírico cultiva esse amor, sofre por ele, este sofrimento se dá o nome de COITA. Além desse sofrimento, o eu-lírico coloca sua amada em uma eminência divina e ele como um servo.
Utiliza-se os termos mia senhor ou mia dona (minha senhor) para falar de sua amada que é da alta vassalagem.
A dona que eu am’e tenho por senhor (Cobra - Verso)
amostráde-mi-a Deus, se vos en prazer for, (Cobra- Verso))
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refão)
A que tenh’eu por lume destes olhos meus (Cobra - Verso)
e por que choran sempr’, amostráde-mi-a, Deus, (Cobra - Verso)
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refrão)
Essa que vós fezestes melhor parecer ( Cobra - Verso)
de quantas sei, ai Deus!, fazéde-mi-a veer, (Cobra - Verso)
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refrão)
Ai Deus, que mi-a fezestes mais ca min amar,(Cobra - Versão)
mostráde-mi-a u possa con ela falar, (Cobra - Verso)
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refrão)
amostráde-mi-a Deus, se vos en prazer for, (Cobra- Verso))
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refão)
A que tenh’eu por lume destes olhos meus (Cobra - Verso)
e por que choran sempr’, amostráde-mi-a, Deus, (Cobra - Verso)
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refrão)
Essa que vós fezestes melhor parecer ( Cobra - Verso)
de quantas sei, ai Deus!, fazéde-mi-a veer, (Cobra - Verso)
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refrão)
Ai Deus, que mi-a fezestes mais ca min amar,(Cobra - Versão)
mostráde-mi-a u possa con ela falar, (Cobra - Verso)
se non, dáde-mi a morte. (Estribilho - Refrão)
Autor: Bernardo de Bonaval
Nesta Cantiga ,conferimos que é composta por versos (cobra) e refrão ( estribilho), essa repetição de estribilho concebe á cantiga a musicalidade.
O eu-lírico, sofre pela impossibilidade de nunca poderá ter o amor de sua amada.
Ele cultiva essa a dor desse amor, a coita.
Pelo fato que essa amor é impossível, o eu-lírico deseja a própria morte.
Este amor, acontece á primeira vista para o eu-lírico, ele vê a amada e se apaixona e idealiza este amor e pede á Deus que um dia possa falar com ela e esse amor um dia o torne possível, mesmo sabendo que por razões sociais, este amor nunca será consumado.
O cantor espanhol Amancio Prada lança em 1977 o álbum Leiladoura ( uma homenagem aos trovadores galaico-portugueses medievais), dentre suas faixas está "A dona que am'e tenho por senhor", pode conferir a faixa no próximo post
O vídeo foi retirado no site You Tube pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=odzs0LtPrlo&feature=artist
O vídeo foi retirado no site You Tube pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=odzs0LtPrlo&feature=artist
Referência Bibliográficas:
MOISÉS, Massaud. A Literatura
Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1995
Imagem: assuntosdiversos.com.br
Perfeito! Curti tb!
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