TERMINOLOGIA POÉTICA
Partiremos agora para evidenciação dos traços estéticos da poesia trovadoresca. A poesia trovadoresca aparenta-se ser primitiva rudimentar e espontânea, mas confere-se que utilizam requintados recursos formais, principalmente na cantiga de amor. Agora vamos compreender os traços estéticos, segundo Massaud Moisés:
1. Os versos eram chamados de palavra, e quanto
não estiver rima, ou BRANCO, era chamado de palavra-perduda.
2. Cobras
singulares: estrofes com rimas próprias.
3. Cobras uníssonas: quando as rimas são comuns.
4. Fiinda:
estrofe de estrutura própria, mas ligada pela rima ao resto da cantiga.
5. Atafinda:
recebe o nome de encadeamento ou “enjambement’’, o final de um verso ou
estrofe, liga-se ao seguinte, sem interrupção de ritmo.
6. Dobre
e o mardobre: designam á repetição de uma palavra ou dentro de uma mesma
estrofe, exatamente como tal ou em uma de suas formas derivadas.
7. Leixa-pren
(deixa-prende): recurso formal que consistia em acompanhar o último verso da
uma estrofe (que não o refrão) e com ele iniciar a estrofe seguinte, inteiro ou
com ligeira variação.
8. Paralelismo
ou cantiga paralelística: quando o sentimento poético se mantinha inalterado em
todas as estrofes, para exprimir o sentimento, o trovador recorria ás mesmas
expressões apenas utilizando sinônimos nas rimas.
9. Tenção:
cantiga que dialoga ás tenções, podendo fazer parte das cantigas de amor,
amigo, escárnio ou maldizer, que devem ser de maestria (cantiga sem refrão).
10. Cantiga
de atafinda: era que utilizava o processo da atafinda isto é, cujas estrofes estavam ligadas sintaticamente.
11. O
sentido hierárquico: trovador, jogral, segrel e menestrel.
11.1 Trovador:
era o artista completo: compunha, cantava até mesmo instrumentar as cantigas;
normalmente era um fidalgo decaído.
11.2 Jogral:
referia-se ao saltimbanco, o truão, o ator mímico, o músico e até mesmo aquele
que compunha suas melodias; de extração inferior, por seus méritos podia subir
socialmente e ser tido como trovador.
11.3 Segrel:
desegnava um artista de controvertida condição: colocado entre o jogral e o
trovador profissional, que ia da Corte a Conte interpretando cantigas próprias
ou não, a troco de soldo.
11.4 Menestrel:
era o músico da corte.
Referências:
MOISÉS, Massaud. A Literatura
Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1995
Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/11/Martim_Codax_Cantigas_de_Amigo.jpg/250px-Martim_Codax_Cantigas_de_Amigo.jpg
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