quinta-feira, 12 de abril de 2012



TERMINOLOGIA POÉTICA

Partiremos agora para evidenciação dos traços estéticos da poesia trovadoresca. A poesia trovadoresca aparenta-se ser primitiva rudimentar e espontânea, mas confere-se que utilizam requintados recursos formais, principalmente na cantiga de amor. Agora vamos compreender os traços estéticos, segundo Massaud Moisés:
1.       Os versos eram chamados de palavra, e quanto não estiver rima, ou BRANCO, era chamado de palavra-perduda.
2.      Cobras singulares: estrofes com rimas próprias.
3.       Cobras uníssonas: quando as rimas são comuns.
4.      Fiinda: estrofe de estrutura própria, mas ligada pela rima ao resto da cantiga.
5.      Atafinda: recebe o nome de encadeamento ou “enjambement’’, o final de um verso ou estrofe, liga-se ao seguinte, sem interrupção de ritmo.
6.      Dobre e o mardobre: designam á repetição de uma palavra ou dentro de uma mesma estrofe, exatamente como tal ou em uma de suas formas derivadas.
7.      Leixa-pren (deixa-prende): recurso formal que consistia em acompanhar o último verso da uma estrofe (que não o refrão) e com ele iniciar a estrofe seguinte, inteiro ou com ligeira variação.
8.      Paralelismo ou cantiga paralelística: quando o sentimento poético se mantinha inalterado em todas as estrofes, para exprimir o sentimento, o trovador recorria ás mesmas expressões apenas utilizando sinônimos nas rimas.
9.      Tenção: cantiga que dialoga ás tenções, podendo fazer parte das cantigas de amor, amigo, escárnio ou maldizer, que devem ser de maestria (cantiga sem refrão).
10.  Cantiga de atafinda: era que utilizava o processo da atafinda isto é, cujas estrofes estavam ligadas sintaticamente.
11.  O sentido hierárquico: trovador, jogral, segrel e menestrel.
11.1    Trovador: era o artista completo: compunha, cantava até mesmo instrumentar as cantigas; normalmente era um fidalgo decaído.
11.2    Jogral: referia-se ao saltimbanco, o truão, o ator mímico, o músico e até mesmo aquele que compunha suas melodias; de extração inferior, por seus méritos podia subir socialmente e ser tido como trovador.
11.3    Segrel: desegnava um artista de controvertida condição: colocado entre o jogral e o trovador profissional, que ia da Corte a Conte interpretando cantigas próprias ou não, a troco de soldo.
11.4    Menestrel: era o músico da corte.
 Referências:
MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1995
Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/11/Martim_Codax_Cantigas_de_Amigo.jpg/250px-Martim_Codax_Cantigas_de_Amigo.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário