CRONIÇÕES, HAGIOGRAFIAS E LIVROS DE LINHAGENS.

No Trovadorismo, a poesia e as novelas de cavalaria, cultivavam a grande acessão literária, sendo superiores a carga histórica do que as outras manifestações estéticas, que são as crônicas (ou cronicões), as hagiografias e os livros de linhagnes (ou nobiliários).

Vamos falar, um pouco sobre estas manifestações estéticas tão excluídas no ensino de literatura sobre Trovadorismo:

Cronições: Os primeiros escritos foram compostos em Latim, como as Crônicas Breves do Mosteiros de Santa Cruz de Coimbra, que corresponde a quatro fragmentos publicados por Alexandre Herculano em sua Portugaliae Monumenta Histórica. É importante frisar que por mais que foram realizados no momento do nascimento da historicidade portuguesa, pela a falta de informações e documentações, não são muitos estudados.  Além da crônica citada, temos a Crônica geral da Espanha (1344), provavelmente elaborada por D. Pedro, Conde de Barcelos (1354), pelo filho bastardo de D.Dinis.

Hagiografias: (vidas de santos), escritas em Latim, contém pouco significado literário.

Os livros de linhagens: tinha como função de estabelecer o grau de parentescos especialmente dos fidalgos, assim para revolver dúvidas em separação de herança, filiação ou de casamento em pecado ( casamento entre parentes até o sétimo grau). Houve quatro livros de linhagens: os dois primeiros, do começo do século XIII, contêm listas de nomes formando árvores genealógicas. O terceiro e o quarto, segundo MOISÉS (1995,pg. 30) foram mandados organizar pelo mesmo D.Pedro, Conde de Barcelos, e revelam veleidades literárias: nas referências ás ligações genealógicas se intercalam, com realismo, colorido e naturalidade, narrativas breves mais de especial interesse, como a Batalha do Salado, no livros III. No livro IV, acentuam-se as preocupações novelescas, para contar a história de Portugal partindo do princípio da existência de Adão e Eva e terminada nos reis portugueses da Reconquista.

Referências:

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1995

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