domingo, 15 de abril de 2012


DOM DINIS

I BIOGRAFIA:

Sexto rei de Portugal (1279-1325), nascido em Lisboa, conhecido como o Rei Trovador ou o Rei Lavrador. Filho de Afonso III e de sua segunda mulher, Beatriz, e neto de Afonso X de Castela, casou-se com Isabel de Aragão, chamada a Rainha Santa. Desde cedo foi preparado para ser rei pelo seu pai e quando subiu ao trono português, aclamado em Lisboa (1279), impôs sua autoridade e consolidou a unificação administrativa e cultural da nação. Quando subiu ao trono português o país encontrava-se em conflito com a Igreja Católica e imediatamente procurou normalizar a situação jurando ao Papa Nicolau III proteger os interesses de Roma em Portugal e criando a Ordem de Cristo ligada à Ordem dos Templários.

Foi essencialmente um rei administrador e não guerreiro, pois embora tenha se envolvido na guerra com Castela (1295), desistiu dela em troca das vilas de Serpa e Moura. Pelo Tratado de Alcanises (1297) firmou a Paz com Castela, definindo-se nesse tratado as fronteiras atuais entre os dois países ibéricos. Para estimular a agricultura, distribuiu terras a colonos, mandou construir canais e secar pântanos e limitou os privilégios territoriais da igreja e, por isso, foi cognominado O Lavrador ou O Rei-Agricultor. Durante seu longo reinado, o comércio também prosperou, com o aumento da extração de metais, a proteção às feiras e a reorganização da Marinha. Beneficiou a literatura e mandou traduzir livros latinos e árabes, inclusive a Geografia de Razis.

Adotou o vernáculo nos documentos oficiais e fundou a primeira universidade do país, que funcionou entre Lisboa e Coimbra, até se fixar nesta última cidade. Poeta e protetor de trovadores e jograis, também foi apelidado de O Rei-Poeta ou O Rei-Trovador pelas cantigas que compôs e pelo desenvolvimento da poesia trovadoresca a que se assistiu no seu reinado. Compôs também cerca de 140 cantigas líricas e satíricas, e permaneceu no poder até sua morte, em Santarém, e está sepultado no Convento de São Dinis, em Odivelas. Os últimos anos do seu reinado foram marcados por conflitos internos quando o herdeiro, futuro D. Afonso IV, achou que o rei favorecesse seu filho bastardo, Afonso Sanches, entrou em conflito com o pai, mas não chegou a haver guerra civil. Foi o primeiro rei português a assinar os seus documentos com o nome completo e por isso presume-se que tenha sido o primeiro rei português não analfabeto.



II AS CANTIGAS:


ALGUMAS CANTIGAS DE AUTORIA DE DOM DINIS

 01  A mia senhor que eu por mal de mi
(Cantiga de Amor)

02 A tal estado m'adusse, senhor
(Cantiga de Amor)

03 Ai fals'amig'e sem lealdade
(Cantiga de Amigo)

04 - Ai flores, ai flores do verde pino
(Cantiga de Amigo)

05 Ai senhor fremosa, por Deus
(Cantiga de Amor)

06 Amad'e meu amigo
(Cantiga de Amigo)

07 Amiga, bom grad'haja Deus
(Cantiga de Amigo)

08 - Amiga, faço-me maravilhada
(Cantiga de Amigo)

09 Amiga, muit'há gram sazom
(Cantiga de Amigo)

10 Amiga, quem vos [ama]
(Cantiga de Amigo)

11 Amiga, sei eu bem d'ũa molher
(Cantiga de Amigo)

12 Amig'e fals'e desleal
(Cantiga de Amigo)

13 Amigo, pois vos nom vi
(Cantiga de Amigo)



III ANÁLISE DE UMA CANTIGA

O que vos nunca cuidei a dizer
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer,
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabedes bem que d'outra senhor
que eu nom havia pavor nem hei.

E tod'aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei,
e desi por vos dar a entender
que por outra morria de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.

E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei-de viver,
que nenhum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo terrei.



Esta cantiga não contém refrão, então se trata de uma cantiga maestria. Evidenciamos nesta cantiga, um grande sofrimento do eu lírico em relação ao senhor (sua amada), assim este sofrimento se estabelece como coita e a tristeza pelo fato que o amor jamais poderá ser idealizado, devido ao fato que sua amada é de alta estirpe social e ele um fidalgo decaído.
Oeu lírico sofre também pelo fato que jamais poderá falar para sua amada sobre o seu amor e este amor o mata ao decorrer dos dias (‘’ca sabedes que nunca vos falei”/’’ de como me matava voss'amor”). Ele também evidencia que jamais poderá ser feliz sem esse amor, o amor que ele tem á ela é tão grande que nada poderá preenchê-lo e percebe-se que esse sofrimento (coita) do amor impossível o trará á morte.


IV VÍDEO DA CANTIGA






V MANUSCRITO



 Oque vos nunca cuidei a dizer Cancioneiro da Biblioteca Nacional B 526 (1)



Oque vos nunca cuidei a dizer Cancioneiro da Biblioteca Nacional B 526 (2) 






 Oque vos nunca cuidei a dizer Cancioneiro da Vaticana V 109



  Oque vos nunca cuidei a dizer Pergaminho Sharrer T3



VI REFERÊNCIAS





Manuscrito:













4 comentários:

  1. Meu nome é Joaquim Lopes Diniz, pentaneto de Manoel Lopes Diniz
    Nascimento: 17-01-1709 em: Porto, Portugal
    Falecimento: 07-12-1796 em: Floresta-PE, Brasil
    Idade: 87 anos, 10 meses e 20 dias, em 07-12-1796.

    Pai: Bento Lopes
    Mãe: Águeda Maria Diniz
    Notas: De Santo André de Marecos, no Conselho de Penafiel, cidade e bispado do Porto, Portugal. Fundador da Fazenda Panela d'Água, em Floresta do Navio. Diz-se que descendente do 6º Rei de Portugal, o Rei Lavrador, D. Diniz (filho de Afonso III e Beatriz de Castela), casado com Isabel de Aragão, a Rainha Santa (canonizada pela Igreja Católica como Santa Isabel). Foi sepultado na Igreja do Rosário, em Floresta-PE (1796).

    Panela D'água era uma antiga fazenda de gado situada ao Leste da Serra do Arapuá no Sertão do Pajeú, arrendada em 1756 ao morgado da Casa da Torre na Bahia, e pertencente à Francisco Garcia D'Avila Pereira e Aragão proprietário destas terras na Provincia de Pernambuco, pelo portugues Manoel Lopes Diniz e posteriormente comprada por seu filho José Lopes Diniz.

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  2. também sou descendente de Manoel Lopes Diniz ,e gostaria de saber se ele realmente era descendente de D.Diniz.Tem alguma fonte que prove sua ascendência real?

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