domingo, 29 de abril de 2012


MARTIM CODAX

I BIOGRAFIA

Jogral de Vigo, literariamente ativo em meados do terceiro quartel do século XIII, a sua produção poética despertou a atenção dos estudiosos quando, em 1915, o livreiro espanhol Pedro Vindel reproduziu um pergaminho, de fins do século XIII ou princípios do século XIV, contendo sete cantigas de amigo de Martin Codax, seis das quais acompanhadas da respetiva notação musical. O cancioneiro codaciano, legado pelo Pergaminho de Vindel e pelos Cancioneiros da Vaticana e da Biblioteca Nacional, é considerado um dos mais representativos da escola trovadoresca peninsular. Essas sete composições parecem, pela unidade sequencial que as une, compor um ciclo poético-narrativo protagonizado pelo sujeito enunciativo feminino, constituindo, para G. Tavani (Tavani, 1989, p. 302), uma espécie de texto unitário que se organiza "numa sucessão serial, coerente e acabada, com valor aparente de canto de expectativa lograda, mas, na realidade, expressão de um desejo frustrado - porque irrealizável - e da progressiva passagem de confiante esperança para a contristada resignação de uma mulher que procurara tornar real, concreto, um sonho de amor constituído sobre os topói da tradição poética da cantiga de amigo".

II AS CANTIGAS

Ai Deus, se sab'ora meu amigo
 (Cantiga de Amigo)

Ai ondas que eu vim veer
(Cantiga de Amigo)

Eno sagrado em Vigo
 (Cantiga de Amigo)

Mandad'hei comigo
 (Cantiga de Amigo)

Mia irmana fremosa, treides comigo
(Cantiga de Amigo)

Ondas do mar de Vigo
 (Cantiga de Amigo)

Quantas sabedes amar amigo
(Cantiga de Amigo)

III ANÁLISE DE UMA CANTIGA

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amado,
por que hei gran cuidado!
E ai Deus, se verrá cedo!
(MARTIM CODAX)

Esta cantiga é de AMIGO, ou seja, autoria masculina e eu lírico feminino. Partiremos agora a evidenciação da estrutura.
Nesta cantiga,  constata-se que contém cobras (versos), estribilho ( refrão) "E ai Deus, se verrá cedo!", paralelismos "se vistes meu amigo!'/ "se vistes meu amado", esta cantiga o eu-lírico dialoga com o mar, sendo assim, podemos dividi-lo em Cantiga de Barcarola.
O eu-lírico, que fora abandonado pelo seu amado, pergunta para o mar se viu o seu amor ( amado/amigo), percebe-se que eu lírico sofre pela ausência, e pedes para que o traga de volta, para ela cuidar. Percebe-se que o eu lírico não tem resposta sobre seu amado, diferente da cantiga "Ai flores o verde pino" que as flores mostram á resposta do amado.

IV VÍDEO DA CANTIGA


V MANUSCRITO

 Ondas do Mar de Vigo  (Martim Codax) - Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1278 (01)
 Ondas do Mar de Vigo  (Martim Codax) - Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1278 (02)
 Ondas do Mar de Vigo  (Martim Codax) - Cancioneiro da Vaticana - V 884
 Ondas do Mar de Vigo  (Martim Codax) - Pergaminho Vindel  - Nº 1

VI REFERÊNCIAS













Nenhum comentário:

Postar um comentário